Falar sobre o luto é um ato de amor
- Vanusa Reis
- 29 de mai.
- 2 min de leitura
É aceitar que o amado partiu, mas o amor não e, porque precisamos ressignificar essa dor

Falar sobre o luto é, antes de tudo, reconhecer que a dor faz parte da vida. Por mais que sejamos ensinados a seguir em frente rapidamente, a silenciar o choro ou a disfarçar a saudade, há algo profundamente humano em parar e sentir — e permitir que o outro sinta também.
Durante muito tempo, evitamos falar sobre a morte. Por medo, por tabu, por falta de espaço. Como se nomear a perda fosse invocá-la. Como se o silêncio fosse proteção. Mas o que aprendemos, muitas vezes tarde demais, é que calar o luto não o faz desaparecer. Ele se esconde nos cantos da alma, se acumula no corpo, vaza em lágrimas contidas e em palavras que nunca foram ditas.
Foi escrevendo sobre o luto que entendi: ele não é o fim. É passagem. É ritual. É transformação.
Ressignificar o luto não é romantizar a dor, mas permitir que ela revele o que há de mais precioso: o amor que ficou. A memória que resiste. O cuidado que continua, mesmo na ausência física. O luto pode se tornar um lugar de encontro — conosco, com o outro, com tudo aquilo que construímos juntos.
Quando decidi escrever A Morte Tem Um Lado Belo, queria homenagear minha mãe. Mas descobri que também estava oferecendo um espaço de escuta para outras pessoas que, assim como eu, precisavam dizer: "estou com saudade". O livro virou ponte. As palavras viraram abraço.
Falar sobre o luto é um ato de coragem. Mas também é um ato de amor. É nos permitir sentir para, enfim, continuar. Com marcas, com memórias, com significados novos.
E que possamos, aos poucos, entender que falar sobre a morte não é sobre o fim da vida — é sobre o valor que damos a ela enquanto ainda podemos vivê-la. Por Vanusa Reis, da Redação ADQUIRA JÁ O LIVRO A MORTEM TEM UM LADO BELO É mais do que um livro: é um abraço de acolhimento em forma de palavras. Adquira agora: versão digital ou física disponível com um clique!
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