Vamos falar sobre "Mulher Maravilha"?
- Vanusa Reis
- 18 de set. de 2024
- 4 min de leitura
O texto contém spoilers sobre o filme estreado pela atriz israelense Gal Gadot

“Mulher Maravilha”, foi considerado pelos críticos o melhor filme produzido pela DC Comics na década e os expectadores que o assistiram entendem a razão de críticas positivas em torno deste longa, lançado nos cinemas mundiais, no ano de 2017.
A escolha bem sucedida de Gadot

O rosto que dá vida à heroína Diana Prince é da atriz e modelo israelense Gal Gadot.
Os expectadores já a conheciam da saga "Velozes e Furiosos" no papel de Gisele Harabo.
A escolha da atriz para o longa foi um ponto forte na produção dado o carisma que ela tem dentro e fora dos sets.
Para quem assistiu "Mulher Maravilha" tão pouco se importou pelo fato de a atriz não ser musculosa, como muitos esperavam para a intérprete da princesa amazona, aliás, essa característica se tornou irrelevante ao ver a atuação de Gadot: simplesmente impecável.
Tão impecável a atuação da protagonista, que o erro maior do longa foi, justamente, no contraponto da história: a escalação dos vilões, interpretados pelos atores Danny Houston e Elena Anaia. Gadot, literalmente, "engole" a atuação dos vilões.
O fato de Gadot ter servido ao exército israelense por dois anos, permitiu à atriz desenvolver técnicas aperfeiçoadas para as cenas de ações? Sim, podemos dizer que sim! Apenas isso, porém não bastaria para fazer deste filme o estouro de sucesso que foi nos EUA e em escala cinematográfica mundial.
A atriz se uniu a uma equipe técnica criativa para dar vida à princesa amazona.
Por trás das câmeras

A fotografia do filme foi outro ponto forte! O responsável pelo trabalho foi Matthew Jensen que encontrou um leque de possibilidades nas locações escolhidas pela equipe da produção.
O longa foi gravado na Itália, na França e no Reino Unido e Jensen extraiu ângulos e enquadramentos que evidenciam a beleza dos lugares escolhidos para dar vida ao roteiro e valorizou o elenco que trouxe às telas momentos épicos.
A direção do longa foi de Patty Jenkins, que tem no currículo o filme "Monster: desejo assassino.
Em 2020, quando já havia sido lançado o segundo filme, "Mulher Maravilha 1984", Jenkins afirmou:
No primeiro filme, a visão de muitas pessoas foi a de associar a personagem apenas às mulheres, como uma espécie de símbolo. Mas ela representa muito mais do que isso. Ela é um presente real para as mulheres, mas, atualmente, ela se tornou um símbolo para a humanidade.
Patty Jenkins se tornou a mulher a dirigir um filme com a maior bilheteria nos EUA: 411 milhões arrecadados e a nível mundial foi alcançado 819 milhões, mesmo com boicote em países que não se simpatizam com Israel, uma vez que Gadot é israelense.
Se fosse, hoje, o lançamento de "Mulher Maravilha", com certeza o boicote seria ainda maior, tendo em vista o conflito bélico entre Israel e Palestina desde 2023, e os ataques constantes sofridos Gal Gadot nas redes sociais ao defender a soberania de seu país e os ataques contra os palestinos e os terroristas do grupo Hamas.
A complementariedade homem/mulher

Diana é filha da Rainha Hipólita, que quer a proteger do mundo exterior à Ilha Paraíso e de seu irmão Ares, grau de parentesco até então desconhecido por Diana.
A Princesa cresce com traço de ingenuidade, mas sabendo que há algo dentro de si que precisa ser encontrado, lapidado e, por isso, é um ser inquieto. Sua tia Antíope sabe bem da inquietação e potencial da sobrinha e a incita a descobrir o seu desconhecido e a desbravar novos horizontes.
Com a aparição de Steven Trevor, o primeiro homem que Diana conhece, surge a oportunidade dela vir ao nosso mundo e impedir a guerra iniciada por Ares, seu irmão, deus da guerra que tem sede de sangue.
Um filme que mistura Mitologia Grega, Teologia e Psicologia em seu roteiro e nas atuações.
Um dos focos centrais é: a busca pela identidade e isso se concentra na personagem principal. Patty Jenkins (diretora) conseguiu contar uma boa história. Extraiu de Gal Gadot e Chris Pine a sensibilidade visível nas telas. Conseguiu de modo sútil e objetivo demonstrar que a complementariedade homem-mulher, precisa existir para o sucesso, seja lá de qual missão for. A diretora transmitiu por meio das câmaras uma história que prende os expectadores sobre um dos filmes mais esperados daquele ano de 2017.
O sacrifício de Trevor e ascensão de Diana

O sacrifício de Trevor pela humanidade fez com que a princesa amazona descobrisse seu verdadeiro eu:
“Diana, eu posso salvar o hoje para que você consiga salvar o mundo.” Trevor.
Em uma das bem-sucedidas cenas de luta, após o sacrifício de Trevor, Diana repete em voz alta seu nome e origem, partes indissociáveis de sua identidade:
“Eu sou Diana, filha de Hipólita e Zeus, Princesa Amazona”
E nesse momento, a grande sacada nos é dada para vencer nossos "demônios". Preciso saber quem sou para trabalhar a força que tenho e conseguir vencer todos os meus "inimigos" e obstáculos.
"Mulher Maravilha" é um filme que fala, claramente, de amor, isso se torna claro, pois Diana se decide pela humanidade, mesmo sabendo o mal que podemos executar, porque escolheu amar e semear amor.
A personagem de Gadot é uma mistura muito bem-definida de sensibilidade, inocência, determinação e heroísmo de modo genuíno.
A sensibilidade de Gal Gadot foi transferida às telas do cinema e "Mulher Maravilha" se transformou em uma mídia cinematográfica digna de ser assistida mais de uma vez!
Dois comentários bem-sucedidos de Gal para finalizar:
“Como diz o filme, o que importa não é o que as pessoas merecem, é o que você acredita” e
“Falamos sobre empoderamento das mulheres o tempo todo, mas não podemos empoderar as mulheres sem educar os homens...”
Que Mulher Maravilha inspira em nós, mulheres e homens, o que de fato interessa para melhorar esse mundo: unir nossas capacidades e dons para transcender os desafios que surgem a cada dia.
Para vencer os "Ares" à nossa frente, que possamos ter a coragem de Diana: descobrir “qual é ”a nossa essência e “para qual lugar” a nossa existência caminha!
Por Vanusa Reis
Ficha técnica do filme "Mulher Maravilha"
Ano de lançamento: 2017
Origem: EUA
Direção: Patty Jenkins
Roteiro: Allan Heinberg
Elenco: Gal Gadot, Chris Pine, Conniel Nielsen, Danny Houston, David Thewlis, Elena Anaia, Robin Wright, Emily Carey, Lilly Aspell.
Composição Musical: Rupert Gregson Willians
Distribuição: Warner Bros. Pictures
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