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Maria Madalena viveu na França?

Atualizado: 18 de set. de 2024

A história da discípula amada de Jesus desperta curiosidades em milhões de pessoas

Maria Madalena ou de Magdala, ainda é confundida dentro e fora do cristianismo com a Pecadora do Evangelho do relato de (Lc 7) e com a irmã de Lázaro, Maria de Betânia. Essa santa mulher, considerada enigmática por alguns estudiosos, desperta curiosidades sobre quem foi e como viveu após a morte e a ressurreição de Cristo, a quem ela chamou de Mestre e Senhor.


O reconhecimento da Igreja

Em 2016, o Papa Francisco solicitou à Congregação para o Culto Divino e Doutrina da Fé, que o dia 22 de julho, data em que se celebra Maria Madalena fosse alterado para grau de festa litúrgica e não mais memória, levando em consideração a importância que ela exerceu no início do cristianismo e na tentativa de esclarecer sobre quem foi a "Apóstola dos Apóstolos" que seguiu Jesus até à Cruz.


Maria Madalena viveu na França?

O culto à Santa Maria Madalena, no Ocidente, ganhou notoriedade a partir do século XII, especialmente na França, ainda é fortemente propagado. A Colina de Sainte Baume, localizada no Sul do país europeu, segundo a Tradição Católica, é o lugar em que a discípula de Jesus viveu os últimos anos, e costuma receber milhares de peregrinos durante o ano todo.

Após a ressurreição de Jesus Cristo, segundo a tradição transmitida há séculos, Maria Madalena e os demais discípulos sofreram grandes perseguições, e para se manterem vivos, alguns tiveram que se refugiar em outras localidades pelo mundo. Essas mesmas tradições alegam que foi o caso de Santa Maria Madalena, que saiu da Palestina e desembarcou no Sul da França, na cidade de Saintes Maries de La Mer. Depois de um tempo, escolheu a Colina de Sainte Baume como o seu lugar de recolhimento, penitência e oração.

A Ordem dos Monges Dominicanos construiu um mosteiro próximo ao Santuário Basílica de Maria Madalena, que está sob os cuidados desses religiosos desde 1295. As peregrinações ao Santuário acontecem desde o século V. Monarcas, papas, religiosos, religiosas e leigos buscaram pela espiritualidade daquela que é chamada de “Apóstola dos Apóstolos”.

Maria Madalena ainda é considerada uma mulher enigmática, pois tudo o que temos sobre ela após a ressurreição consta nos Evangelhos Apócrifos e também no escrito medieval chamado de Golden Legend (Lenda Dourada), encontramos um breve relato:

“Quando a abençoada Maria Madalena viu as pessoas reunidas no santuário para oferecer sacrifícios aos ídolos, ela avançou, seus modos calmos e sua face serena, e com palavras bem escolhidas os chamou para longe do culto dos ídolos e pregou Cristo fervorosamente a eles”. 

Em um trecho desse mesmo texto, se afirma também que, após pregar em nome de Cristo Jesus, Maria Madalena teria vivido como eremita, mas se de fato viveu na França, não sabemos.


Maria Madalena em Éfeso?

Há, porém, contradições que dizem que Maria Madalena, após a ressurreição de Cristo Jesus, acompanhou Maria de Nazaré e o discípulo João até a cidade de Éfeso (atual Turquia) e ali permaneceu até a data de sua morte.

A Igreja não afirma qual dessas versões de histórias sobre Maria Madalena são verdadeiras, mas nos leva a enxergar a grandeza da mulher que deixou tudo para seguir Jesus e continuou seu apostolado de pregar em nome de Cristo mesmo em meio a perseguições e em uma época que o papel da mulher era subjugado.

Historiadores como Katherine L. Jensen relatam a importância de entender que, independente dos possíveis lugares que Santa Maria Madalena possivelmente viveu, é preciso desmitificá-la como analogia ao pecado e ser símbolo da evangelização no início do

cristianismo.


Os restos mortais de Maria Madalena

O suposto túmulo de Maria Madalena foi descoberto no ano de 1279, e o rei de Nápoles, na época, Carlos II de Anjou ordenou a construção do Templo em honra à santa. Os possíveis restos mortais repousam em uma cripta na Basílica de Santa Madalena (Saint-Maximin-de-la-Sainte Baume). 

Em 2015, o bioantropólogo Philippe Charlier e o artista forense Philippe Froesch tiveram acesso ao suposto crânio de Maria Madalena com os recursos da computação gráfica, alegam ter criado a reconstrução facial compatível com a estrutura óssea do crânio.

"Não temos nenhuma certeza de que este seja o verdadeiro crânio de Maria Madalena", afirma Philippe Charlier, bioantropólogo da Universidade de Versailles. "Mas era importante tirá-lo do anonimato." Afirma Philippe Charlier.


A certeza

O que muitos podem afirmar com certeza é que, independente de onde viveu Maria Madalena, a vida dela não passa despercebida entre os cristãos, historiadores, jornalistas e curiosos, etc.

Essa figura enigmática continua a despertar interesse, já tendo sido retratada em livros, filmes, séries e nas demais expressões artísticas!


Por Vanusa Reis

 
 
 

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